quarta-feira, 22 de junho de 2016

Peregrinação nos consultórios

Peregrinação nos consultórios.                                                                                 Eu inocentemente achei mesmo que encontraria a cura para aquela dor tão terrível, mas foi só sonho.       Passei com um neurocirurgião especialista em tratamento para dor crônica. Na primeira consulta, primeiros 5 minutos eu já pedi cirurgia, e ele comentou que a minha atitude o espantou, pois eu era muito nova e uma cirurgia cerebral implicaria em risco de vida. Me explicou as cirurgias que existiam para NT, sendo elas a cirurgia aberta para inserir o teflon, cirurgia de balão e radiofrequência, mas cada uma tinha seu risco. A aberta risco de morte no momento da cirurgia, e até depois caso eu tivesse uma infecção, de balão e radiofrequência risco de morte na hora da cirurgia, ou risco de sequelas irreversíveis com paralisia facial, perda da visão e audição, e que não eram 100% seguras, ele relatou que na maioria dos casos não resolvia, e que nos casos que houvesse melhoras, em 2 anos a dor voltaria ainda pior, e que por isso no de recomendava para menores de 60 anos, pois depois dessa idade a vida útil era menor, então valia a pena arriscar. Eu achei um absurdo o que eu ouvi, mas ele é que havia estudado medicina e se especializado, eu não tive argumentos para forçar ele a me fazer um cirurgia. O médico me indicou um coquetel de medicações, inclusive o cloridrato de tramadol 50mg 3x por dia. Eu ficava super dopada e mesmo assim continuei com o tratamento. Também me indicou fisioterapia com acupuntura, RPG e até terapia holística. Fiz tudo que se pode imaginar, até batata colocava no rosto, e nada resolveu.                           Durante o tratamento experimental tive uma crise horrível, e fui para um pronto socorro que é gerenciado por freiras achando que o tratamento seria humanizado. Mero engano....durante a consulta o médico me disse que receitaria dipirona e diclofenaco, e eu disse: Doutor, o meu problema se chama Nevralgia do Trigemio, meu nervo trigemio está comprimido, o que causa choques como se fosse uma epilepsia, por favor, me dê algo como um anticonvulsivo  mais forte do que os que eu já tomo ou um Tramadol na veia, e ele riu de mim, apontou para um diploma que estava na parede e me disse: menina, quem é o médico aqui? Eu te receito o que eu achar melhor, e se não melhorar, eu te dou uma anestesia geral pra você dormir, você vai acordar nova em folha, e eu pedi licença para ir ao toalete, e fugi, nunca mais voltei naquele hospital.   Após alguns dias passei em outro neuro, e ele me disse: amiga, nem sei o que te dizer porque essa bendita doença derrubá qualquer um, mas não tem cura, aguenta firme, ora bastante pra deus te dar força, e quando a crise estiver insuportável, procure um pronto socorro.                 Fui insistente e passei em outro neuro, esse me fez sair do consultório em prantos, mas ele também me acendeu uma luz no fim do túnel. Durante a consulta ele foi grosseiro, estúpido, me disse que não tinha tratamento que bloqueasse a dor 100%, que qualquer cirurgia duraria uns dias, no máximo 2 anos se eu sobrevivesse a cirurgia, e que em dois anos voltaria pior, que eu tinha 2 escolhas, ser forte para aguentar as dores, ou me matar para acabar com elas. Me recomendou continuar buscando um médico com conhecimento mais aprofundado em nervos cranianos mesmo que fosse fora do Brasil caso eu tivesse condições financeiras  pra isso, e isso foi um nocaute. Ao me levantar para me despedir, ele me entregou um carta de uma amiga que também era Neuro e me disse para marcar uma consulta, pois ela havia chegado de um congresso e talvez havia trazido novidades a respeito da NT. E após tanta busca, e de até ter tentado agendar uma cirurgia em um hospital em S.J.R.Preto a distância de tanto desespero que eu estava, eu consegui marcar com a neuro que ele me indicou.  

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