quarta-feira, 22 de junho de 2016

A primeira crise e a busca pela descoberta do que poderia ser

A primeira crise, e a busca pela descoberta do que poderia ser                                                                        Dizem que a primeira crise é inesquecível, e realmente é mesmo. Eu estava bem, era um dia frio no mês de março de 2006, não me lembro a data exata, mas eu estava em uma avenida, agasalhada e com cachecol, porém o rosto estava descoberto, e do nada eu senti um choque no lado direito do meu rosto, parecia que alguém tinha passado de relance e me dado um tapa sem eu ter visto quem foi. A partir daquele momento, comecei a sentir dores, choques, e um dos dentes superiores começou a doer muito, nada podia encostar nele, nem a minha língua.                                           No primeiro momento achei que fosse passageiro e que o motivo fosse a friagem. Ao chegar em casa tomei analgésico, passei a noite com o dedo entre os dentes, no canto da boca para não encostarem.                    No dia seguinte a dor continuava forte, corri na minha odontologista, ela e outra profissional me examinaram e disseram que na parte odontológica estava ok. Eu pedi para extrair o dente porque não estava aguentando, e elas como excelentes profissionais me alertaram dizendo que por não ser problema odontológico, não resolveria extrair porque a dor poderia procurar outro ponto de gatilho, e me recomendaram procurar um médico, mas não sabiam qual especialidade recomendar.                   Fui no pronto socorro onde minha mãe trabalhava na cozinha, cheguei com tanta dor, e o pronto socorro estava com todos os assentos ocupados, eu não me aguentava em pé e me deitei no chão me contorcendo, chorando, talvez até pelo desespero de não saber o motivo de tanta dor, até que uma enfermeira chamou minha mãe e me levaram para emergência, mediram minha pressão, estava 14 por alguma coisa, mas acho que nem mediram direito porque sempre tive pressão baixa, disseram que eu estava tendo um derrame facial e me medicaram, minha mãe brigou com a médica, disse que era impossível porque minha pressão sempre foi baixa, mas a médica não quis ouvir, disse que ela era a médica e me deu algo pra dormir, após um tempo acordei do mesmo jeito e minha mãe me recomendou ir para outro pronto socorro porque a médica era ignorante.                           Dia seguinte fui em outro pronto socorro, após a triagem, entrei na sala da médica acompanhada de meu marido, e ela me disse que talvez pudesse ser uma doença terrível conhecida por doença do suicídio, eu disse q pelo menos sabendo o que era seria mais fácil tratar, e ela me disse: infelizmente não tem tratamento e nem cura, por isso se chama assim, pois tem pessoas que não aguentam a dor e como não tem tratamento, se matam. Eu perguntei qual especialidade trata essa doença, e ela me disse que seria inútil por não ter tratamento, mas se eu quisesse ouvir uma segunda opinião, poderia procurar um neurologista.                    Cheguei em casa e fui pesquisar na internet sobre os sintomas que eu estava sentindo, e cheguei na Nevralgia do Trigêmeo, a médica não havia me dito o nome da doença, mas as informações estavam batendo. Pesquisei a especialidade médica que trata, e cheguei em neurocirurgia. Agendei uma consulta no mesmo dia com um excelente neurocirurgião que eu já conhecia porque havia feito uma cirurgia de aneurisma em minha mãe. Eu confiava nesse médico de olhos fechados.                             Cheguei no consultório parecendo uma ET, rosto inchado, olho quase fechado, cachecol cobrindo a cabeça só com um olho aparecendo, e com uma das mãos segurando meu rosto como se ele fosse cair. O médico me examinou por 5 minutos e diagnosticou como Nevralgia do Trigêmeo, mas disse que também precisava que eu fizesse uma Ressonância Magnética para ver se tinha alguma causa, e foi constatado que meu nervo trigemio está comprimido na base do crânio.            Na primeira consulta já me receitou Oxcarbazepina 300mg 3x por dia + neurotin 2x. Essa medicação ajudou no início, e eu tive reações horríveis, mas aguentava porque queria me livrar dela. Após algumas semanas, as dores voltaram mesmo medicada, e retornei ao médico, conversamos sobre os tipos de cirurgia, e ele me disse que cirurgia para NT não era sua especialidade, que tinha conhecimento da cirurgia aberta e de balão, mas ambas tinham risco de vida, principalmente a cirurgia aberta para colocar o teflon. O risco era grande porque qualquer coisa que desse errado, eu poderia morrer ou ficar com sequelas irreversíveis, e que era melhor eu aguentar do que correr o risco de vida. Como eu confiava nele, e o achava o melhor, e também não tinha convênio pra buscar outros médicos em outras regiões, eu aguentei por 4 anos.            Em 2009 consegui convênio médico, e meu neuro não atendia, e ele mesmo já havia me recomendado procurar um neuro especialista em nervos cranianos ou em dor, e fui em busca do meu sonho....a cura.

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